Banco Central tem Modelo Econômico para Faria Lima Ganhar e o Estado Perder

O modelo econômico que descreve o ajuste de juros e inflação, frequentemente associado a políticas neoliberais, tende a operar como um ciclo que beneficia o mercado financeiro em detrimento do Estado e do bem-estar social. Este modelo se caracteriza por:

1. Austeridade e Privatização:  

   O governo reduz gastos públicos e promove a privatização de ativos estatais, muitas vezes sob a justificativa de conter déficits fiscais e atrair investimentos privados. No entanto, essa estratégia transfere ativos estratégicos para o controle privado, reduzindo a capacidade do Estado de gerar receitas futuras.

2. Dependência de Juros Altos:  

   Para controlar a inflação, o Banco Central adota políticas de juros elevados. Isso atrai capital especulativo internacional e beneficia investidores financeiros com altos rendimentos em títulos públicos, enquanto aumenta a dívida pública e compromete o orçamento estatal.

3. PIB em Alta, Benefício Concentrado:  

   Quando o PIB cresce, os ganhos econômicos não são distribuídos equitativamente. Em vez disso, uma parcela significativa do crescimento é canalizada para o pagamento de juros sobre a dívida pública, favorecendo o mercado financeiro.

4. Submissão Política e Mídia:  

   Caso um governo busque implementar políticas voltadas ao bem-estar social, como maior regulação do mercado ou redistribuição de renda, enfrenta resistência de grupos econômicos poderosos. Esses grupos podem usar meios de comunicação, seja com notícias enviesadas ou falsas, para minar a credibilidade do governo e influenciar a opinião pública, criando instabilidade política que leva à troca de governo.

 Consequências desse Modelo

- Estado Enfraquecido:  

  O ciclo contínuo de privatizações e endividamento reduz a autonomia estatal e a capacidade de investir em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.

- Desigualdade Social:  

  Enquanto os ganhos do mercado financeiro se acumulam em uma elite, a maioria da população enfrenta dificuldades crescentes, como desemprego, perda de direitos sociais e serviços públicos precarizados.

- Dependência Externa:  

  A economia torna-se vulnerável a oscilações de capitais externos, criando instabilidade financeira e política.

Alternativas para Quebrar o Ciclo

- Políticas de Investimento Público:  

  Focar em infraestrutura, educação e saúde, criando empregos e fortalecendo a economia interna.

- Controle de Capital:  

  Implementar mecanismos para evitar a especulação financeira desenfreada e garantir que os lucros sejam reinvestidos no país.

- Reforma Tributária Progressiva:  

  Garantir que os mais ricos contribuam de forma justa, reduzindo a dependência do Estado em relação ao mercado financeiro.

Esse modelo técnico perpetua um sistema em que o mercado financeiro tem ganhos garantidos, muitas vezes às custas da população, enquanto o Estado é enfraquecido sistematicamente.

Carta Aberta ao Presidente do Banco Central Gabriel Galípolo

Modelo Econômico para Faria Lima Ganhar e o Estado Perder

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