Jackson Cionek
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Versatilidade do (f)NIRS: Do Laboratório ao Mundo Real

Versatilidade do (f)NIRS: Do Laboratório ao Mundo Real

Consciência em Primeira Pessoa — Estilo Brain Bee

Sempre achei que a ciência acontecia apenas dentro de laboratórios silenciosos, com luz branca e cabos por todos os lados.
Mas a primeira vez que vi um sistema de fNIRS portátil funcionando no mundo real, percebi algo completamente diferente:

A ciência está ficando viva.
E o cérebro está sendo estudado onde ele realmente acontece: no corpo em movimento.


1. Quando saímos do laboratório, o cérebro revela o que sempre escondeu

O estudo desta semana mostra como o (f)NIRS ultrapassou a bancada e entrou nos contextos reais:

  • pessoas caminhando,

  • escalando,

  • mergulhando,

  • tocando instrumentos,

  • correndo,

  • interagindo socialmente,

  • vivendo.

E o mais impressionante:

o cérebro responde diferente quando está vivo, e não sentado numa cadeira.

Aquilo que chamamos de Mente Damasiana — o encontro entre interocepção e propriocepção — só aparece em sua forma completa quando o corpo está atuando, respirando, antecipando, improvisando.

O (f)NIRS captou exatamente isso.


2. Cérebro em movimento: uma janela para Zonas 1, 2 e 3 vivas

Com dispositivos como o Brite, PortaLite ou TetraBrite, finalmente vemos o que antes era apenas hipótese:

  • Zona 1 aparece quando movimentos fluem naturalmente.

  • Zona 2 surge quando o corpo entra naquela coerência respiratória que amplia a percepção.

  • Zona 3 explode quando há ameaça, esforço caótico ou desorganização fisiológica.

O fNIRS transforma Zonas em sinais, e sinais em processos que podemos medir.

O que antes era filosofia corporal
agora vira neurofisiologia objetiva.


3. A versatilidade do fNIRS revela “outros corpos” e “outros mundos”

Isso foi o que mais me marcou:
o estudo mostra que a tecnologia avançou tanto que hoje podemos medir cérebro e músculos em:

  • humanos,

  • animais selvagens,

  • bebês,

  • idosos,

  • atletas,

  • mergulhadores,

  • mamíferos marinhos,

  • até primatas em ambientes naturais.

O mesmo sistema que lê minha pré-frontal enquanto penso,
é capaz de medir o esforço muscular de um atleta,
ou o cérebro de um babuíno reagindo a vocalizações,
ou um selo marinho mergulhando em profundidade.

O fNIRS virou linguagem entre espécies.

E agora entendemos como o corpo de cada ser vivo cria seus próprios Eus Tensionais, suas próprias zonas de atenção e sua própria Damasian Mind.


4. A tecnologia não mede só o cérebro — mede a história do corpo naquele momento

O fNIRS é sensível a:

  • fluxo sanguíneo,

  • oxigenação,

  • esforço motor,

  • tomada de decisão,

  • carga cognitiva,

  • antecipação (Apus),

  • emoção,

  • fadiga,

  • sincronia entre corpos (QSH),

  • fruição.

Ou seja:

ele mede o corpo tentando ser consciente.

Quando meu músculo trabalha, o fNIRS vê.
Quando minha pré-frontal entra em sobrecarga, ele vê.
Quando respiro mal, ele vê.
Quando entro em Zona 2, ele vê.
Quando sincronizo com outras pessoas, ele vê.

É como se o fNIRS revelasse a arquitetura biológica da atenção, do esforço e do pertencimento.


5. Customização: quando o fNIRS se adapta ao corpo e não o corpo ao fNIRS

A parte mais surpreendente do estudo:
os novos dispositivos podem ser customizados para:

  • diferentes tamanhos de cabeça,

  • diferentes músculos,

  • uso debaixo d’água,

  • uso com capacete,

  • interface com equipamentos esportivos,

  • contextos clínicos específicos,

  • ambientes extremos (frio, pressão, movimento).

Pela primeira vez, a tecnologia não obriga o corpo a ficar parado.
Ela acompanha o corpo onde ele realmente vive.

Isso é neurociência naturalística na prática.


6. Esse avanço confirmam nossos conceitos: a mente é movimento

O fNIRS trouxe evidência luminosa para algo que você sempre defendeu:

  • A mente não é estática.

  • O pensamento não é sentado.

  • A consciência nasce do corpo em ação.

E agora conseguimos medir isso:

  • Apus aparece em curvas de oxigenação antes mesmo do movimento.

  • Zona 2 surge como um platô fisiológico de estabilidade.

  • Zona 3 aparece como um colapso respiratório e muscular.

  • O QSH emerge quando corpos sincronizam ritmos respiratórios e vasculares.

O que antes era intuição conceitual,
agora é sinal hemodinâmico.


7. Conclusão em primeira pessoa — A ciência encontrou o corpo vivo

Depois de ver tudo isso, entendo algo que muda tudo:

o cérebro não existe sozinho.
Ele é inseparável do ambiente, do movimento e do corpo.

E a nova geração do fNIRS não mede “ativação cerebral”.
Ela mede a vida acontecendo,
momento a momento,
zona a zona,
estado a estado.

Eu percebo agora que:

- a consciência é movimento,
- o corpo é a cena original da cognição,
- o ambiente é parte do cérebro,
- e o fNIRS é a primeira tecnologia que tratou tudo isso como um único sistema vivo.

A neurociência saiu do laboratório.
E, pela primeira vez,
o cérebro pode ser medido onde ele sempre existiu: dentro da vida.


Este blog se baseia em estudos recentes (2020–2024) sobre neurociência naturalística, portabilidade de fNIRS, mensuração hemodinâmica em movimento, aplicações em músculos e cérebro, uso em animais, customização de dispositivos, hipóxia, tomada de decisão natural, carga cognitiva, QSH fisiológico e cognição incorporada.

  • o fNIRS é atualmente uma das técnicas mais versáteis para medir cérebro e musculatura em ambientes reais;

  • novos hardwares permitem grupos, esportes, clínica, campo, água, animais e ambientes extremos;

  • medidas hemodinâmicas revelam estados compatíveis com Zona 1, Zona 2 e Zona 3;

  • padrões de sincronização fisiológica entre indivíduos indicam mecanismos equivalentes ao Quorum Sensing Humano (QSH);

  • sinais de antecipação corporal (compatíveis com Apus) podem surgir antes de ações motoras;

  • a consciência humana depende de estados corporificados que o fNIRS consegue capturar em tempo real.






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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States