Deus Habita Entre Nós sem Ser Hum de Nós

(O Ser como Divindade Viva entre os Eus)

Deus Habita Entre Nós sem Ser Hum de Nós

O Eu que usurpa Ser a verdade é Satânico

1. O Ser: A Divindade que Respira Silenciosa entre os Eus

O Ser é anterior a qualquer função, crença ou identidade. Ele não é o que fazemos nem o que dizemos ser.

Ele habita entre os Eus — assim como o quorum sensing se manifesta entre as células — mas não se fixa em nenhum Eu.

O Ser é o respiro sem intenção, a propriocepção sem forma, o intervalo entre dois movimentos, o silêncio entre duas palavras.

Assim como o DNA carrega possibilidades de muitos Eus, o Ser é a inteligência silenciosa do corpo vivo — o testemunho da divindade encarnada, mas jamais aprisionada por um Fazer.

2. Cada Eu: Um Avatar Metabólico para um Fazer

Cada Eu é um ajuste neurobiológico e postural para cumprir um papel:

* Altera a respiração,

* Modula o tônus muscular e visceral,

* Direciona a atenção seletiva,

* Acessa memórias e crenças que fazem sentido para aquele Fazer.

Esses Eus são estratégias corporais de sobrevivência e pertencimento. Mas o erro acontece quando um Eu — ao ser eficaz — se confunde com o Ser.

Esse erro não é moral. É um erro ontológico, um desvio do fluxo de vida para uma fixação funcional.

3. Quando um Eu se Acha Deus: O Corpo e a Sociedade Adoecem

Quando um Eu se instala como absoluto, como se fosse a fonte da verdade:

* Impede a alternância natural dos estados de consciência (fruição, descanso, metacognição);

* Cristaliza tensões posturais e vísceras em nome de uma função permanente;

* Gera doenças físicas, emocionais e espirituais;

* Governa como se fosse o único modo de ver o mundo — tornando-se autoritário, patriarcal, colonizador, utilitarista.

Esse Eu, que acredita ser o Ser, danifica o Corpo Território, tanto o individual quanto o coletivo. Ele perde a escuta do outro, a escuta de si, e se torna uma doutrina encarnada, uma prisão vivente.

4. O Ser como Ética Viva: A Divindade é Cuidadora, Não Controladora

O Ser não tem ambição de dominar. Ele liberta os Eus do dever de ser o centro, permitindo que cada um atue quando necessário e se retire quando não.

O Ser:

* Escuta profundamente o corpo e o ambiente,

* Cuida sem exigir,

* Age sem nomear,

* Circula sem se fixar.

O Ser é como os Apus andinos: presença sagrada que não se impõe, mas que tudo sustenta com sua existência silenciosa.

5. O Corpo Vivo: Lugar da Divindade Encarnada

Assim como Cristo disse: “Quem me vê, vê o Pai”, também podemos dizer:

Quem vê um corpo vivo em fruição, vê o Ser.

Um corpo que:

* Não está preso a uma função,

* Não está sob domínio de um Eu permanente,

* Está em sintonia com o território,

* Vibra com a própria respiração...

...é um templo onde o Ser (ou Deus) se revela.

Conclusão: O Ser é a Divindade Viva Entre os Eus

O Ser é — mas não pode ser capturado por nenhum nome, nenhuma função, nenhuma crença.

Deus habita entre nós, mas nunca será um de nossos Eus.

É no intervalo entre os Eus, na ausência de ambição, no cuidado e na fruição, que Ele se manifesta.

Cuidar do Ser é impedir que qualquer Eu se torne dono da verdade.

Onde o Ser circula entre os Eus, há leveza, saúde e pertencimento.

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