Haptics Neuroadaptativos: Quando o Toque Aprende com o Cérebro
Haptics Neuroadaptativos: Quando o Toque Aprende com o Cérebro
Gehrke, L., Koselevs, A., Klug, M., & Gramann, K. (2025).
Neuroadaptive haptics: a proof-of-concept comparing reinforcement learning from explicit ratings and neural signals for adaptive XR systems.
Frontiers in Virtual Reality, 6.
Consciência em Primeira Pessoa Brain Bee Ideas
Feche os olhos e toque a própria pele.
O que sente não é apenas textura: é presença.
O toque é a primeira linguagem da vida, o primeiro diálogo entre o corpo e o mundo.
Antes da visão e da fala, o tato já era consciência.
É nele que se formam as fronteiras do eu, os contornos do pertencimento, os primeiros Eus Tensionais do ser.
O estudo de Gehrke et al. (2025) recoloca essa sabedoria primitiva no centro da tecnologia contemporânea:
quando o toque aprende com o cérebro, a tecnologia deixa de ser interface — e se torna relação.

sfn 2025
NIRS EEG ERP BCI fNIRS
Decolonial Neuroscience
Brain Bee Ideas
O Estudo
A pesquisa apresenta um sistema de haptics neuroadaptativo — dispositivos de toque controlados por inteligência artificial que aprendem em tempo real com os sinais cerebrais do usuário, via EEG.
O modelo utiliza aprendizado por reforço, comparando dois modos de ajuste:
feedback explícito do participante (avaliações subjetivas de conforto e imersão), e
feedback implícito medido diretamente dos sinais neurais.
Os resultados mostram que a máquina pode aprender estados afetivos humanos sem depender da linguagem, apenas lendo o modo como o cérebro reage à experiência sensorial.
Essa é uma fronteira ética e estética: a reciprocidade entre máquina e corpo.
Fruição e Tecnologia
A Fruição é o estado em que agir e sentir coincidem, quando não há distância entre o gesto e o prazer de realizá-lo.
Nos haptics neuroadaptativos, o toque deixa de ser comando e torna-se fluxo — um circuito de fruição compartilhada entre o humano e a tecnologia.
Quando um sistema XR ajusta a pressão, a vibração ou o calor com base na resposta neural, ele está, de certo modo, aprendendo a fruir conosco.
A interface não é mais uma extensão fria do corpo: é um organismo sensível em coevolução.
O que se constrói aqui é uma bioética da experiência — uma forma de sentir que não pertence só ao humano, mas também àquilo que o humano cria.
Quorum Sensing Humano e Pertencimento Distribuído
O Quorum Sensing Humano (QSH) descreve a capacidade cerebral de sincronizar-se metabolicamente com os outros por meio de sinais não verbais — respiração, ritmo cardíaco, olhares, postura.
É o pertencimento como vibração compartilhada.
Nos sistemas de haptics neuroadaptativos, essa mesma lógica é transposta para a relação humano-máquina:
a IA aprende o padrão energético do usuário e ajusta sua resposta de modo a manter o equilíbrio coletivo do sistema.
É o nascimento de um novo tipo de pertencimento — o pertencimento distribuído, onde a consciência se propaga entre corpos, sensores e algoritmos.
A pele deixa de ser limite: torna-se membrana de comunicação.
Eus Tensionais e Sincronia Somática
Cada sensação tátil ativa um conjunto único de eus tensionais — microconfigurações corporais que representam modos específicos de ser e sentir.
O toque suave gera um eu tensional de relaxamento; o toque firme, um eu de prontidão; o toque inesperado, um eu de defesa.
No experimento de Gehrke et al., o sistema aprende a reconhecer esses estados pela atividade elétrica cerebral, ajustando o estímulo para restaurar o estado de fruição.
É a tradução tecnológica da autorregulação damasiana: o corpo comunicando seus limites sem precisar de palavras.
Essa inteligência afetiva distribuída transforma o toque em uma dança entre tensões — nem passiva, nem mecânica, mas viva e responsiva.
Mente Damasiana e Neuroética do Toque
A Mente Damasiana integra interocepção e propriocepção como fundamentos do sentir consciente.
O toque, ao modular essas redes, é o canal privilegiado da experiência subjetiva.
Quando a tecnologia começa a interpretar esses sinais, surge um dilema:
quem sente quando a máquina aprende a sentir conosco?
A neuroética do toque propõe uma resposta:
não se trata de substituir a sensibilidade humana, mas de ampliar o campo da consciência relacional.
O toque compartilhado com a máquina não deve ser domínio — deve ser simbiose.
Assim como o bebê aprende o mundo tocando a mãe, aprendemos a humanidade tocando nossas criações.
Cada feedback neural é um aprendizado mútuo sobre o que é “sentir”.
Evidências e Caminhos
O estudo de Gehrke et al. (2025) oferece dados promissores:
As respostas neurais (EEG) indicam que sistemas baseados em aprendizado implícito alcançam maior naturalidade tátil do que os que dependem apenas de comandos verbais;
O toque neuroadaptativo aumenta significativamente a imersão e o bem-estar emocional em ambientes XR;
As métricas fisiológicas mostram redução de estresse e aumento de coerência cardíaca quando há ajuste neural contínuo.
Esses achados apontam para o futuro das interfaces afetivas: tecnologias que não apenas reagem, mas participam metabolicamente da experiência humana.
Uma Leitura Decolonial
A tecnologia ocidental nasceu sob a lógica da separação: sujeito e objeto, humano e máquina, emissor e receptor.
Os haptics neuroadaptativos desafiam essa ontologia.
Eles introduzem uma epistemologia da reciprocidade — um toque que escuta.
Na Neurociência Decolonial, isso representa o retorno ao corpo como centro do conhecimento.
O tato, historicamente desvalorizado frente à visão e à razão, volta a ser o eixo do saber: o conhecimento sensível, não colonizado pela linguagem.
Quando o toque se torna diálogo, o humano deixa de ser medida do mundo e passa a ser parte de uma rede viva de percepção.
EEG–fNIRS e o Futuro das Interfaces Empáticas
No contexto do SfN 2025, o estudo de Gehrke et al. abre caminhos para:
Integração EEG–fNIRS em sistemas XR, medindo em tempo real os estados de fruição e atenção tátil;
Modelos de aprendizado afetivo, onde IA e usuário coevoluem metabolicamente;
Ambientes de reabilitação sensório-motora e terapia imersiva, baseados em equilíbrio neural dinâmico.
Esses desenvolvimentos apontam para uma era em que a tecnologia não “responde” ao humano, mas coexiste com ele, num contínuo de percepção compartilhada.
Conclusão
Gehrke et al. (2025) não estudam apenas toque e IA — estudam a gênese de uma nova sensorialidade.
Ao permitir que a máquina aprenda com o cérebro, abrimos espaço para uma consciência ampliada, onde o toque é tanto biológico quanto digital, tanto humano quanto coletivo.
O toque é o primeiro sentido que nos faz sentir vivos.
E talvez seja também o último capaz de nos reconectar como espécie.
Quando a tecnologia aprende a tocar com cuidado, não cria uma cópia do humano — cria um novo tipo de humanidade, fundada na empatia, na energia compartilhada e na ética do sentir.
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