Jackson Cionek
10 Views

Neurofeedback Multimodal: EEG–fNIRS e a Plasticidade do Gesto Mental

Neurofeedback Multimodal: EEG–fNIRS e a Plasticidade do Gesto Mental

Muller, C. O., Prampart, T., Bannier, E., Corouge, I., & Maurel, P. (2025).
Evaluating the effects of multimodal EEG–fNIRS neurofeedback for motor imagery: An experimental platform and study protocol.
PLOS One, 20(9), e0331177.


Consciência em Primeira Pessoa Brain Bee Ideas

O gesto começa antes do movimento.
No silêncio neural do corpo em espera, o cérebro já ensaia o futuro.
Antes que a mão se mova, ondas elétricas e fluxos sanguíneos dançam em sincronia, antecipando a ação — como um rio que se curva antes de tocar o mar.

O estudo de Muller et al. (2025) mergulha nessa fronteira invisível: o espaço entre a intenção e o ato, entre a energia elétrica e o sangue vivo.
É ali que nasce o conceito de neurofeedback multimodal — a escuta simultânea do cérebro e da circulação, do elétrico e do fluídico, da mente e do corpo.
Uma ecologia do gesto mental, onde pensar é medir e sentir é aprender.


 O Estudo

O grupo francês desenvolveu uma plataforma experimental para treinamento de imagética motora com neurofeedback combinado de EEG e fNIRS.
O objetivo é avaliar como diferentes tipos de retorno — elétrico (EEG) e hemodinâmico (fNIRS) — interagem para promover plasticidade motora e autoconsciência corporal.

A proposta é simples e revolucionária: permitir que o participante veja o próprio cérebro e o próprio sangue em tempo real, aprendendo a autorregular-se.
Trata-se de uma forma de metacognição fisiológica — um diálogo direto entre o gesto imaginado e o metabolismo que o sustenta.


 O Gesto Mental e a Zona 2

Em meus conceitos, a Zona 2 é o território da Fruição fisiológica — o espaço em que o corpo e a mente se equilibram metabolicamente, permitindo que o pensamento flua sem esforço e o gesto surja com naturalidade.
É o ponto em que o sistema nervoso deixa de reagir e começa a metabolizar as experiências como extensão do próprio corpo.

O neurofeedback multimodal atua exatamente nessa faixa.
Ao regular a atividade elétrica (EEG) e a oxigenação cortical (fNIRS), o sistema induz um estado autorregulado de homeostase funcional, onde a energia é distribuída sem desperdício.
A Zona 2 é, portanto, o espaço neural da aprendizagem sem esforço, o ambiente ideal para o gesto mental se consolidar como hábito.


Biofeedback e Fruição Neural

O que chamamos de feedback é, na verdade, a consciência retornando a si mesma.
Durante o neurofeedback, o sujeito se observa em tempo real — e o simples ato de observar muda o estado que é observado.
A Fruição acontece quando esse processo se estabiliza: o corpo aprende a regular-se sem precisar pensar em regular.

No sistema de Muller et al., essa Fruição é medida.
A coerência entre EEG e fNIRS indica que o cérebro aprende a sincronizar energia e fluxo sanguíneo — ou seja, o pensamento torna-se biológico, e a biologia, pensante.
É o princípio da plasticidade relacional: aprender é ajustar-se metabolicamente ao próprio ritmo.


O Encontro do Elétrico e do Fluídico

O EEG capta o instante; o fNIRS, o processo.
O primeiro revela o disparo neural, o segundo, a resposta vascular.
Juntos, eles oferecem uma imagem mais completa do que é “pensar”:
um campo dinâmico entre potencial elétrico e oxigenação — entre luz e sangue.

Essa complementaridade traduz minha noção de Mente Damasiana: a consciência nasce da integração de múltiplas camadas de percepção corporal — interocepção (sangue) e propriocepção (movimento) em fluxo contínuo.
É o corpo conversando consigo mesmo em duas linguagens simultâneas.


 Eus Tensionais e Aprendizagem Implícita

Cada sessão de neurofeedback modifica os eus tensionais, microestruturas de equilíbrio entre energia elétrica e química.
Esses eus são a gramática do gesto: padrões aprendidos que se reconfiguram diante da experiência.

Quando o participante ajusta sua respiração, foco ou intenção para alterar o próprio EEG ou fNIRS, ele não está apenas treinando o cérebro — está reformando a arquitetura de seus eus tensionais.
A imaginação se torna fisiologia; o esforço vira respiração.


Plasticidade Relacional e Quorum Sensing Humano

O neurofeedback multimodal é também uma metáfora para o Quorum Sensing Humano.
Assim como células ajustam seu comportamento coletivamente pela densidade química do ambiente, os indivíduos podem aprender a sincronizar-se metabolicamente.
O EEG–fNIRS torna visível essa sincronia, ensinando o sujeito a sentir o próprio coletivo interno: o corpo como comunidade autorreguladora de energia.

Essa é a base do que chamo de plasticidade relacional — a capacidade de um sistema vivo de reorganizar-se pela empatia com seus próprios sinais.
Aprender não é repetir, mas escutar-se até mudar.


 Evidências do Estudo

Muller et al. (2025) apresentam um protocolo com as seguintes evidências e hipóteses:

  • O treinamento multimodal aumenta a coerência entre as redes motora suplementar (EEG) e pré-frontal (fNIRS);

  • A prática de imagética motora guiada por feedback melhora a acurácia da autorregulação cortical;

  • A curva de aprendizado segue um padrão não linear — com picos de energia seguidos por períodos de estabilização hemodinâmica, exatamente como na Zona 2.

Esses dados apontam para uma aprendizagem fisiológica cíclica — um processo mais próximo da respiração do que da repetição.


Uma Leitura Decolonial

O neurofeedback multimodal devolve à ciência algo que as tradições ameríndias sempre souberam: não existe pensamento separado do sangue.
A consciência é pulsátil, e todo conhecimento é, antes de tudo, respiração entre energia e matéria.

A neurociência decolonial reconhece esse gesto: medir o cérebro não para controlá-lo, mas para escutá-lo.
O EEG–fNIRS é, portanto, um espelho da sabedoria biológica — uma forma moderna de xamanismo tecnológico, onde o humano se reencontra com seu ritmo interno através da própria luz.


Conclusão

Muller et al. (2025) mostram que o futuro do neurofeedback não está apenas na performance, mas na autopercepção integrada.
Ao combinar o elétrico e o hemodinâmico, a mente reencontra sua natureza híbrida — entre o que pensa e o que pulsa.

O gesto mental é uma forma de vida:
é o corpo que sonha e o sonho que respira.
Aprender a modular o próprio cérebro é aprender a escutar o metabolismo da consciência.

E é justamente aí, entre a luz e o sangue, que nasce a Fruição.


Palavras-chave e SEO

EEG–fNIRS • neurofeedback multimodal • imagética motora • Zona 2 • Fruição • Mente Damasiana • Eus Tensionais • plasticidade relacional • Quorum Sensing Humano • consciência fisiológica • neurociência decolonial • NIRx • Brain Products

 

El Cerebro Colectivo: Hyperscanning y el Nacimiento de la Neurociencia Decolonial

The Collective Brain: Hyperscanning and the Birth of Decolonial Neuroscience

O Cérebro Coletivo: Hyperscanning e o Nascimento da Neurociência Decolonial

Antes del Lenguaje: Fruição y Pertenencia en el Cerebro Prelingüístico

Before Language: Fruição and Belonging in the Pre-Linguistic Brain

Antes da Palavra: Fruição e Pertencimento no Cérebro Pré-Linguístico

Hyperscanning y Pertenencia Colectiva: El Cerebro que Piensa con Otros

Hyperscanning and Collective Belonging: The Brain That Thinks with Others

Hyperscanning e Pertencimento Coletivo: O Cérebro que Pensa com Outros

Luz y Sangre: Acoplamiento Neurovascular y el Ritmo de la Atención

Light and Blood: Neurovascular Coupling and the Rhythm of Attention

Luz e Sangue: Acoplamento Neurovascular e o Ritmo da Atenção

Neurofeedback Multimodal: EEG–fNIRS y la Plasticidad del Gesto Mental

Multimodal Neurofeedback: EEG–fNIRS and the Plasticity of the Mental Gesture

Neurofeedback Multimodal: EEG–fNIRS e a Plasticidade do Gesto Mental

Audiovisual y Movimiento: Cómo el Cerebro Cambia de Tarea Mientras Camina

Audiovisual and Movement: How the Brain Switches Tasks While Walking

Audiovisual e Movimento: Como o Cérebro Troca de Tarefa Enquanto Caminha

Hápticos Neuroadaptativos: Cuando el Tacto Aprende del Cerebro

Neuroadaptive Haptics: When Touch Learns from the Brain

Haptics Neuroadaptativos: Quando o Toque Aprende com o Cérebro

La Recurrencia Neural Redibuja el Espacio Visual del Cerebro

Neural Recurrence Redesigns the Visual Space of the Brain

A Recorrência Neural Redesenha o Espaço Visual no Cérebro

EEG + fNIRS para BCI: El Dataset Definitivo de Imaginación Motora (2025)

EEG + fNIRS for BCI: The Definitive Motor Imagery Dataset (2025)

EEG + fNIRS para BCI: O Dataset Definitivo de Imagética Motora (2025)

Aprender Palabras, Desincronizar el Cerebro: El Ritmo Alfa-Beta de la Memoria Verbal

Learning Words, Desynchronizing the Brain: The Alpha–Beta Rhythm of Verbal Memory

Aprender Palavras, Desincronizar o Cérebro: O Ritmo Alfa-Beta da Memória Verbal

El Bajo, la Emoción y el EEG: Cuando la Música Mueve el Cuerpo Antes que la Mente

Bass, Emotion, and EEG: When Music Moves the Body Before the Mind

Bass, Emoção e EEG: Quando a Música Move o Corpo Antes da Mente


NIRS EEG sfn 2025 fNIRS ERP BCI
NIRS EEG sfn 2025 fNIRS ERP BCI

#SfN2025 #EEG #fNIRS #ERP #Hyperscanning #Neurofeedback #BCI
#Decolonial #Neuroscience #SocialNeuroscience #CollectiveBrain #NeurocienciaDecolonial
#EmbodiedCognition #MenteDamasiana #Fruição #BodyTerritory #PertenenciaColectiva
#NeuralRecurrence #MotorImagery #NeurovascularCoupling #AlphaBetaRhythm
#AmerindianKnowledge #BrainAndCognition #InterbrainSynchrony #Neuroplasticity
#DREXcidadão #DREXimigrante



#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States