Jackson Cionek
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Neurocorrelatos da Cognição em Tempo Real

Neurocorrelatos da Cognição em Tempo Real

Consciência em Primeira Pessoa — estilo Brain Bee


E uma coisa sempre me intrigou:
por que parece que meu cérebro muda de “modo” dependendo do que estou fazendo?

No início, achei que fosse só cansaço, distração, ou mesmo falta de foco.
Mas quando comecei a estudar Neurociência com mais profundidade, percebi algo muito mais interessante:

A cognição não é estática. Ela é um fluxo.
Um metabolismo vivo que muda segundo o corpo, a energia e a intenção.

E é exatamente isso que o estudo que estou lendo esta semana confirma:
pensar é uma dança entre oxigênio, energia, ajustes posturais e redes neurais que se reorganizam em tempo real.


1. Quando eu penso, meu corpo pensa junto

O estudo mostra que o cérebro não trabalha isolado.
Ele conversa o tempo todo com:

  • meu ritmo respiratório,

  • minha postura,

  • meu tônus muscular,

  • meu nível de CO₂,

  • e até com microajustes da cabeça e dos olhos.

É como se cada pequena mudança no corpo criasse um “microcenário cognitivo”, moldando o tipo de pensamento possível naquele instante.

E isso combina 100% com a Mente Damasiana:
o pensamento nasce desse encontro entre interocepção (o que sinto por dentro)
e propriocepção (como meu corpo se posiciona).


2. Os três modos da cognição: Zona 1, Zona 2 e Zona 3

A pesquisa descreve algo que se encaixa perfeitamente no nosso modelo:

  • Zona 1 — Ação natural

É quando meu corpo já sabe o que fazer.
Não penso muito… executo.
O cérebro economiza energia e funciona no automático.

Aqui tudo muda.
A pesquisa mostra que, quando entro em foco sustentado,
minhas redes pré-frontais se estabilizam,
a oxigenação sobe levemente (SpO₂ 92–94%),
e o cérebro entra em modo de reorganização criativa.

É como se eu respirasse por dentro.
É o estado onde a aprendizagem profunda acontece.

  • Zona 3 — Corpo sequestrado

Corpo tenso, respiração curta, atenção dominada.
A pesquisa revela que redes executivas ficam rígidas
e minha percepção fica pobre, repetitiva e reativa.

É o estado perfeito para cair em vieses, impulsos e narrativas prontas.


3. Eus Tensionais: o cérebro muda seus “eus” o tempo todo

O que mais chamou minha atenção foi que a cognição em tempo real depende de algo que já defendemos:

Cada ajuste corporal cria um “eu tensional”.
E cada eu tensional muda a forma como percebo e penso.

Quando aprendo uma palavra nova,
ou enfrento algo que exige atenção fina,
minha rede inteira fica instável —
como se o cérebro precisasse “trocar de eu” para lidar com aquilo.

O estudo confirma isso:
novas informações desestabilizam redes anteriores para criar novas combinações.

O ser não muda;
o corpo muda, e o novo ser percebe como era o corpo anterior.


4. Cognição é previsão encarnada (Apus)

A pesquisa descreve um mecanismo que parece exatamente o que chamamos de Apus
a propriocepção estendida.

Quando penso, faço microprevisões corporais sobre:

  • esforço,

  • tempo,

  • movimento,

  • consequência.

Cognitivamente, “adianto” o que o corpo fará.

Ou seja:

o pensamento é uma antecipação corporal.
A cognição é movimento por dentro.


5. Cognição é Quorum Sensing Humano

Quando realizamos tarefas em grupo,
meu cérebro não trabalha sozinho.

A pesquisa mostra que:

  • respiração,

  • tempo,

  • atenção,

  • microajustes do tronco,

sincronizam entre as pessoas.

É o que chamamos de Quorum Sensing Humano (QSH):
o pertencimento molda o pensamento.

Quando estou com pessoas que me fazem sentir seguro,
minha Zona 2 aparece.
Quando estou com pessoas que me geram ameaça,
entro em Zona 3.


6. Conclusão pessoal — Meu cérebro não é um órgão: é um organismo em fluxo

Depois de estudar esse artigo, entendi uma coisa essencial:

Meu cérebro não pensa sozinho.
Ele pensa com o corpo.
Ele pensa com o ambiente.
Ele pensa com as pessoas.

E pensar “em tempo real” é, na verdade:

-  respirar de forma diferente
-  mover-se diferente
- sentir diferente
- trocar de “eu tensional” conforme a necessidade
- abrir espaço para a Zona 2 surgir

A atenção é mesmo uma coreografia metabólica.
Não é uma força da mente.
É um ajuste vivo do corpo.

E agora eu vejo:
quanto mais percebo meu corpo, mais percebo o mundo.
Quanto mais percebo o mundo, mais percebo quem eu sou naquele instante.





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Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States