Supremo, Senado e Memória do Futuro Freios e contrapesos do metabolismo social contra os 01s
Supremo, Senado e Memória do Futuro
Freios e contrapesos do metabolismo social contra os 01s
Consciência em Primeira Pessoa — Brain Bee
“Meu corpo tem freios e contrapesos desde o ovo. O Estado ainda está aprendendo.”
Quando eu ainda era só um ovo, tudo em mim já funcionava em freios e contrapesos.
Se a pressão subia demais, o corpo regulava.
Se faltava oxigênio, vinha uma resposta para compensar.
Se os resíduos se acumulavam, outro sistema entrava em ação para limpá-los.
Meu organismo é um Estado biológico:
coração, pulmões, rins, cérebro – todos com poderes diferentes,
todos impedindo que um único sistema vire tirano e destrua o resto.
À medida que minha Mente Damasiana foi surgindo
(interocepção + propriocepção),
eu fui percebendo isso por dentro:
o medo tenta mandar,
a raiva quer explodir,
o prazer quer decidir tudo sozinho,
mas existe uma parte de mim –
meu córtex pré-frontal, minha Zona 2 –
que diz:
“Calma. Vamos pensar nas consequências.
Vamos lembrar o que aconteceu da última vez.
Vamos cuidar do futuro, não só do agora.”
Esse é o meu Supremo interno:
a instância que segura o impulso bruto e pergunta
se aquilo faz sentido para o corpo inteiro
– não só para o desejo imediato.
Mais tarde, na adolescência digital,
eu descobri como é fácil sequestrar esses freios e contrapesos:
notificações o tempo todo,
indignação fabricada,
ódio em alta definição,
consumo como prêmio por sobrevivência.
Minhas redes me jogam direta e repetidamente na Zona 3:
um estado de corpo tenso, dopamina rápida, fé cega em “salvadores” e narrativas simples.
É o terreno perfeito para os 01s –
aqueles poucos que vivem do Estado, das rendas, dos privilégios,
e controlam os meios de informação e opinião
para manter o metabolismo social funcionando em favor deles.
Foi aí que eu comecei a me perguntar:
Se meu corpo tem tanto cuidado com freios e contrapesos internos,
por que o Estado ainda permite que os 01s capturem o metabolismo social
– DREX, clima, lixo, informação –
quase sem resistência real?
E cheguei à resposta:
porque Supremo, Senado e Memória do Futuro ainda não foram pensados como
sistema nervoso, fígado e consciência do nosso Estado JIWASA.
1. Do ovo ao Estado: freios e contrapesos como necessidade biológica
No meu corpo:
O sistema nervoso não manda sozinho:
depende do sangue, do oxigênio, do metabolismo dos órgãos.O coração não decide tudo:
se ele acelerar demais, outros sistemas atuam para não me matar.O fígado filtra e limpa, mas também pode ser sobrecarregado
se o resto do corpo abusar.
Freios e contrapesos, aqui, não são ideologia.
São condição de existência.
No Estado, a ideia é a mesma:
o Legislativo cria leis;
o Executivo implementa e gere;
o Judiciário – com o Supremo como órgão de cúpula – interpreta a Constituição
e segura os excessos.
Só que, na prática, isso não basta.
Séculos de história nos ensinaram que:
o Executivo pode ser capturado por interesses econômicos e midiáticos;
o Legislativo pode ser colonizado por lobbies e “orações da noite” das redes;
o Judiciário pode ficar distante do povo, ou lento demais para impedir danos.
Quando olho com meus óculos de metabolismo social, eu vejo assim:
O Supremo é o lugar onde o Estado pode relembrar
os seus compromissos mais profundos – a Constituição como DNA coletivo.O Senado é a casa que pode pensar o tempo longo –
gerações futuras, biomas, infraestrutura, DREX Cidadão, Lixo Zero 2040.A Memória do Futuro é a capacidade do Estado JIWASA
de antecipar o que vai acontecer com o corpo social
se continuarmos alimentando os 01s e abandonando o resto.
Sem essa tríade, meus freios e contrapesos institucionais
ficam tão frágeis quanto um corpo em burnout.
2. Quem são os 01s no metabolismo social?
Quando falo em 01s, não estou falando de teoria da conspiração.
Estou falando de engenharia social.
Os 01s são:
a minoria que vive da renda do Estado,
dos juros, dos privilégios, dos cargos,
dos contratos e das brechas legais;a minoria que controla os meios de produção de narrativa:
grandes veículos, redes segmentadas, influenciadores comprados;a minoria que domina as portas do orçamento:
renúncias fiscais, subsídios, perdões de dívidas, obras, licitações.
Eles não são necessariamente uma “organização secreta”.
São uma lógica:
“Como manter o metabolismo inteiro trabalhando
para alimentar a minha pequena fração?”
Para isso, os 01s precisam:
manter o cidadão em Zona 3 –
tenso, cansado, endividado, desinformado ou mal informado;capturar o voto com pautas distratoras –
guerras culturais, moralismos seletivos, escândalos calculados;usar o Estado para garantir rendimento privado,
enquanto vendem para o cidadão a ideia de que
“não há dinheiro” para rendimento metabólico público.
Se nada se opõe a isso,
o metabolismo social converge para um padrão cruel:
crescimento da desigualdade,
colapso climático e ambiental,
lixo se acumulando em corpos e territórios,
jovens em alta rotação de dopamina digital e baixa perspectiva de futuro.
3. Supremo e Senado como freios metabólicos – se quiserem ser
Para mim, o ponto é simples:
Supremo e Senado já são freios e contrapesos jurídicos.
O que falta é assumirem-se como freios e contrapesos do metabolismo social.
Supremo como córtex crítico do Estado
Quando o Supremo:
reconhece direitos fundamentais como cláusulas pétreas,
impede retrocessos ambientais graves,
exige políticas climáticas mínimas em funcionamento,
protege liberdades de expressão e de organização
contra perseguições seletivas e autoritarismos,
ele está agindo como o córtex pré-frontal do Estado:
lembrando o que foi decidido como projeto de país,
impondo limites aos impulsos imediatos de governos,
protegendo o corpo social de decisões que podem causar danos irreversíveis
ao clima, aos biomas, às liberdades e ao metabolismo econômico.
Mas o Supremo também pode falhar:
quando é lento,
quando cede à pressão de pauta midiática,
quando se afasta do cidadão JIWASA
e se fecha em linguagem inacessível e burocrática.
Senado como órgão da Memória do Futuro
No meu projeto, o Senado JIWASA é:
a casa da Memória do Futuro –
onde o Estado pensa em 2040, 2050, 2100;a casa dos biomas e dos territórios,
não apenas dos partidos e coligações de momento;a casa que pode transformar clima, DREX Cidadão e Brasil Lixo Zero
em políticas de Estado, e não de governo.
Quando o Senado:
cria comissões para gerações futuras,
exige auditorias do metabolismo social (carbono, materiais, DREX, saúde mental),
desenha leis com horizonte geracional,
controla nomeações, tratados e orçamentos com critério de longo prazo,
ele age como estrutura reguladora de fundo,
capaz de dizer:
“Isso pode ser bom na eleição,
mas é ruim para o corpo do país em 30 anos.
Precisamos de outra solução.”
4. Memória do Futuro como arma contra os 01s
Os 01s vivem do curto prazo:
do contrato desse ano,
da obra dessa gestão,
do incentivo que passa despercebido no anexo da lei.
A maneira mais poderosa de enfrentá-los
não é só moral, é metabólica e temporal:
Constitucionalizar a Memória do Futuro
– vinculando Supremo e Senado à obrigação de avaliar
impactos de longo prazo de leis, políticas e omissões
sobre clima, DREX, Lixo Zero, saúde mental e desigualdade.Criar métricas explícitas de metabolismo social
– índices que integrem carbono, materiais, rendimento metabólico,
violência, pobreza, juventude fora da escola,
e obriguem o poder público a se explicar
frente às próximas gerações.Permitir que o cidadão JIWASA acione esses freios
– fortalecendo a legitimidade para ações de inconstitucionalidade,
ações climáticas, ações por omissão em políticas de base metabólica,
sempre na chave:
“O que vocês estão fazendo com o corpo do país
nos próximos 30 anos?”
Memória do Futuro não é futurologia.
É uma leitura crítica do presente
a partir do ponto de vista de quem ainda não nasceu.
5. Esboço de freios e contrapesos do metabolismo social
Se eu tivesse que resumir em propostas,
eu desenharia algo assim:
Cláusulas metabólicas explícitas na Constituição
direito a clima estável,
direito a um metabolismo de materiais circular (Brasil Lixo Zero 2040),
direito a rendimento metabólico mínimo via DREX Cidadão.
Mandato metabólico para o Supremo
reconhecer que omissões graves em clima, Lixo Zero e DREX
violam diretamente a Constituição,
legitimando ações estruturais e decisões com prazos e metas.Senado JIWASA com Comissão Permanente de Metabolismo Social
monitorando Drex, carbono, materiais, desigualdade e saúde mental,
apresentando relatórios quadrienais de Memória do Futuro
para orientar todo o sistema político.Índice de Captura pelos 01s
transparência radical sobre renúncias fiscais,
concentração de renda, lobby declarado e “portas giratórias”
entre mercado, mídia e governo;metas de redução dessa captura como parte da política de Estado.
Participação direta do cidadão JIWASA via Drex
consultas digitais vinculantes sobre temas metabólicos estruturantes,
devolutivas claras sobre como cada decisão
afeta o metabolismo social em 20–30 anos.
6. Fecho: do meu cérebro ao cérebro do Estado
Quando eu, Brain Bee, olho para tudo isso,
vejo um paralelo simples:
Meu corpo só funciona bem
quando o medo não manda sozinho,
quando a raiva não manda sozinha,
quando o prazer não manda sozinho.O Estado só vai funcionar bem
quando o Executivo, o Legislativo e o Judiciário
pararem de servir aos 01s
e passarem a servir ao metabolismo do corpo social
– ao cidadão JIWASA como unidade básica do Estado.
Supremo, Senado e Memória do Futuro
são, para mim, os três componentes desse cérebro ampliado:
o Supremo como lembrança viva da Constituição,
o Senado como planejador de gerações,
a Memória do Futuro como consciência do que estamos fazendo
com quem ainda não teve sequer a chance de nascer.
Se eu tivesse que condensar este blog em uma frase,
seria assim:
Enquanto os 01s vivem do curto prazo e do corpo dos outros,
Supremo, Senado e Memória do Futuro
podem – se escolherem – ser
os freios e contrapesos do metabolismo social
que devolvem o Estado ao seu verdadeiro dono:
o cidadão JIWASA.
Rerências pós-2020:
Nevitt, M. (2025). Constitutionalizing Climate Rights.
– Discute como cortes constitucionais (incluindo Supremas Cortes) estão se tornando arenas centrais para direitos climáticos e proteção de gerações futuras.Cepparulo, A. (2024). Constitutionalizing the Fight Against Climate Change.
– Analisa a incorporação da crise climática no constitucionalismo contemporâneo e o papel de tribunais constitucionais como freio a políticas regressivas.Davies, B. (2022). Constitutions, the Environment and Climate Change. International IDEA.
– Panorama comparado de como Constituições e Supremas Cortes vêm lidando com clima e meio ambiente como bens comuns intergeracionais.Tigre, M. A. (2023). Human Rights and Climate Change for Climate Litigation: The Brazilian Experience.
– Examina a atuação do STF em litígios climáticos, conectando direitos humanos, gerações futuras e deveres estatais de proteção.Giotti, F. F. (2024). State Climate Litigation in Brazil. Revista ESMAT.
– Análise detalhada das ações climáticas no Brasil e do papel do STF como instância de controle estrutural sobre omissões do Executivo e Legislativo.Landeira, F. P. (2025). Youth Protagonism in Latin American Climate Litigation.
– Discute casos como o dos “Seis Jovens” no Brasil e mostra como jovens acionam Supremos e Cortes Constitucionais em defesa do futuro climático.Rights-Based Climate Litigation in Brazil: An Assessment of Recent Cases. (2023). Journal of Human Rights Practice.
– Mapeia casos recentes no STF e outros tribunais brasileiros, destacando freios e contrapesos judiciais frente ao desmonte de políticas públicas.Koskimaa, V.; Eerola, A. (2024). The Emergence and Global Diffusion of Legislature-Based Future Institutions.
– Estuda comissões de futuro e câmaras voltadas às gerações futuras em parlamentos (análogo ao que você propõe para um Senado JIWASA).Aceituno, P. (2025). Parliamentary Committees for the Future: A Legislative Movement to Overcome Political Myopia.
– Mostra como parlamentos podem institucionalizar a Memória do Futuro para superar o curto-prazismo político.UNDP (2024). Future Perspectives in Parliamentary Work: Anticipatory Governance in Parliaments of the Americas and the Caribbean.
– Relatório sobre como parlamentos latino-americanos podem adotar governança antecipatória, incluídos mecanismos de freios e contrapesos voltados ao longo prazo.OECD (2025). Building Anticipatory Capacity with Strategic Foresight in Government.
– Oferece uma base conceitual para Memória do Futuro como função de Estado, incluindo exemplos de arranjos institucionais que dialogam com Supremo, Senado e controle da captura por elites.Nolan, A. (2023). Children and Future Generations’ Rights before the Courts: The Brazilian “Six Youths” Case and Article 225 of the 1988 Constitution.
– Foca no caso brasileiro e explicita como a ideia de gerações futuras entra na dogmática constitucional e na atuação do STF.